quinta-feira, 1 de setembro de 2022

EDUCAÇÃO FÍSICA – CONTEÚDOS 3ª. SÉRIES



A caminhada é ideal para iniciar um programa de atividade física, principalmente às pessoas que vem de um histórico de vida sedentária. Pode ser praticada por qualquer idade, sendo uma prática segura para grupos de risco com problemas cardiovasculares e ortopédicos, não oferecendo riscos à saúde, e com a vantagem de ser uma atividade que pode ser realizada em qualquer lugar e a qualquer momento.
Contribui na recuperação da condição física, fortalece a musculatura dos membros inferiores, favorece o contato social, eleva a auto-estima e melhora a auto-imagem proporcionando mais disposição para realizar as tarefas do dia-a-dia. Reduz os níveis de ansiedade e controle do estresse, melhora na qualidade do sono e maior grau de relaxamento. Ajuda no controle do peso corporal. Contribui na manutenção e/ou aumento da densidade óssea, favorece o controle do diabetes, artrite, doença cardíaca, melhora a sinergia motora das reações posturais, enfim, favorece uma reestruturação da funcionalidade motora.

Mesmo a caminhada sendo uma prática segura, ela requer regras básicas:

1) Boa postura ao caminhar – tronco ereto, olhar horizontal, queixo paralelo ao solo, abdome contraído. Caminhar balançando os braços, alternadamente e manter os ombros relaxados.

2) Andar moderado – não realizar passos rápidos. Ao sentir-se ofegante diminuir a velocidade das passadas, o esforço pode estar sendo superior a capacidade física individualizada; inicie sua caminhada em ritmo mais lento e vá progredindo devagar até alcançar uma velocidade que possa ser mantida por 30 minutos.

3) Faça exercícios de alongamento, antes e após a caminhada.

4) Orientar para não conversar durante a caminhada. É um momento que se pode aproveitar para relaxar a mente, sentir a respiração, ouvindo e observando a natureza.

5) É indispensável calçado adequado – um tênis impróprio pode contribuir para o desconforto dos pés, provocando quadros dolorosos na coluna e nos pés. O calçado deve prover conforto e estabilidade, ser de tecido leve e arejado, o solado deve ser um pouco maior no calcanhar e com amortecimento para absorver o impacto das passadas.

6) Sempre use meias de algodão, preferencialmente, pois elas ajudam a absorver o suor, evitando problemas nos pés, além de tornar mais confortável a caminhada.

7) Consultar sempre um médico antes de iniciar a atividade.

8) A FC deve ser anotada, sendo que a freqüência cardíaca alvo, deve ser considerada até 80% do VO2 máx.

Tabela de Cálculo

Para obter os níveis ideais de freqüência cardíaca para uma atividade física, faça o seguinte cálculo: FC máxima= 220 – (sua idade)

Este resultado deve ser multiplicado pelo percentual que varia de acordo com o seu nível de condicionamento físico. Como saber qual é o percentual adequado para você?

Iniciantes: entre 60 e 65%
Intermediários: entre 65 e 75%
Avançados: entre 75 e 85%

9) Importante ressaltar que este método fornece estimativas razoáveis de intensidade na prática da atividade física, pois 60-80% da freqüência cardíaca de reserva é aproximadamente 60-80-% do VO2 máx.

10) Quando caminhar pela manhã – não caminhar em jejum, faça uma refeição leve, com alimentos de fácil digestão e absorção (por exemplo: sucos naturais e frutas, sanduíches leves, cereais).

11) Caminhar em locais planos – se a geografia do local não favorecer, diminuir a velocidade da caminhada. Evitar ruas mal conservadas, mal iluminadas (quando a caminhada for à noite) e zonas de tráfego intenso; portanto, escolha um local próximo à sua residência ou trabalho, agradável e seguro.

12) As roupas - devem ser confortáveis e absorventes. Vestir peças leves e largas no calor e de polipropileno ou lã, no inverno.

13) Use protetor solar, óculos escuros e boné, sobretudo em dias ensolarados. Evite expor-se ao sol das 10:00 às 16:00 horas.

Aproveite todas as oportunidades ao longo do dia para caminhar um pouco mais, experimentando e incorporando aos seus estilos de vida hábitos mais saudáveis e atividades físicas que na companhia de amigos e familiares proporcionam lazer e contato com a natureza.


CELULITE

A celulite é muito comum nas mulheres, em maior ou menor grau, e também acomete alguns homens. Ela normalmente aparece nas nádegas, coxas e barriga, e está associada ao acúmulo de gordura e líquido na derme, a camada intermediária da pele. Existem quatro graus de celulite, e normalmente ela se manifesta em mais de um grau no corpo de uma mesma pessoa. O estágio mais ameno é o tipo em que os furinhos aparecem apenas quando se aperta a pele. O comprometimento estético é pequeno, mas é bom dar atenção às suas causas. O grau um de celulite, sem rugosidade aparente, já é fruto de má circulação sanguínea e excesso de gordura e água. O incômodo aumenta quando os problemas iniciais na derme aumentam e interfere no funcionamento da epiderme, a camada mais superficial da pele. Nesse estágio, a rugosidade já é visível a olho nu. O grau três da celulite é um pedido de socorro da derme, que já não está funcionando bem. O que antes eram fibras elásticas, nesse estágio são emaranhados endurecidos. O que antes fluía, agora emperra. O acúmulo de líquido em algumas regiões gera protuberâncias. A aparência da pele já não é digna de comentários elogiosos. Se houver gordura localizada e flacidez, o contentamento ao se vestir um traje de banho não é dos maiores. No quarto e mais grave grau de celulite aparece furos profundos ou áreas com depressões. A circulação sanguínea no local já está bastante comprometida, o que altera a temperatura da pele e pode causar dores.
Hábitos saudáveis evitam e reduzem a celulite:
Não há milagres em matéria de tratamentos estéticos contra a celulite. Especialistas avisam que, quanto maior o grau do problema, mais difícil eliminá-lo. Logo, a máxima "prevenir é melhor que remediar" se aplica perfeitamente a este caso. A celulite pode ter causas diversas, entre elas uma bagagem genética (des)favorável, efeitos hormonais e a situação do próprio sistema circulatório, fatores que não somos capazes de controlar. Mas, sem dúvida, o sedentarismo, a alimentação inadequada, o excesso de álcool e o fumo são hábitos que multiplicam as chances de o problema aparecer. Então, em vez de reclamar do espelho a cada verão e procurar soluções imediatas inexistentes, mais vale não facilitar o comprometimento da sua derme, tratando bem do próprio corpo. Além de ser mais saudável, prevenir a celulite é muito mais barato do que qualquer tratamento estético. Os cuidados preventivos são simples, basta:
1 ) adotar uma rotina de exercícios físicos que estimulem a circulação, ajudem a controlar o estresse (que sobrecarrega o sistema linfático com adrenalina) e reduzam ou mantenham a gordura corporal abaixo do nível ameaçador;
2) disciplinar-se na alimentação, evitando calorias desnecessárias, excesso de sal e toxinas adicionadas aos alimentos industrializados, como conservantes;
3) não fumar (porque o cigarro, com suas milhares de substâncias tóxicas, atrapalha a circulação do sangue e o sistema linfático, além de diminuir a oxigenação das células);
4) beber bastante água, todos os dias, o dia todo; e
5) ser ponderado no consumo de álcool, que é muito calórico e desvirtua certas funções orgânicas. Estes mesmos cuidados, juntos, ajudam, inclusive, a reverter a celulite.

ESTRIAS

As estrias são linhas que se formam na pele em decorrência da perda de elasticidade e, em alguns casos, do rompimento de algumas fibras. Na região afetada, a pele fica fina, muda de cor, fica frouxa e pode formar pregas. No começo, elas são avermelhadas. Em pessoas de pele clara, as estrias, com o tempo, tendem a mudar de cor, atingindo uma coloração mais clara do que a pele normal; já em pessoas de pele morena, elas podem ser mais escuras que a pele sadia. A elasticidade da pele é comprometida quando é forçada além do seu limite, como acontece com adolescentes que crescem muito rapidamente, com gestantes e pessoas obesas, ou devido a alterações hormonais. Há indícios de que fatores genéticos também contribuem para o surgimento ou a inexistência de estrias. As estrias são mais frequentes nas mulheres, sobretudo as de pele clara, fina e tendendo a seca, e normalmente antes dos 30 anos, mas também aparecem em homens. Elas podem atingir de um a vários centímetros de extensão e são mais comuns nas coxas, nádegas, costas, mamas e barriga.
Hábitos saudáveis ajudam a prevenir estrias:
As estrias são lesões irreversíveis. Existem tratamentos capazes de amenizá-las, mas não é possível livrar-se delas por completo. As chances de não ter estrias serão bem maiores, caso os cuidados com a precaução sejam adotados. Uma das causas comuns de estrias é o famoso "efeito sanfona", ou seja, uma oscilação anormal de peso corporal, com grandes aumentos seguidos de grandes perdas, sucessivamente. Isto ocorre com pessoas que fazem dietas hipocalóricas, emagrecendo rapidamente, e recuperando de forma igualmente rápida o peso que perderam. Acontecem, também, com fisiculturistas que interrompem o treinamento por várias semanas. A pele não suporta este estica-e-encolhe sucessivo e entrega os pontos. A hidratação adequada da pele ajuda a manter sua elasticidade, daí a importância dos cremes hidratantes e da ingestão diária de água em abundância. Além do descontrole sobre o peso corporal e a hidratação, o uso prolongado e em altas doses de corticosteróides também tem sido apontado como fator favorável ao aparecimento de estrias.

VARIZES

Varizes são veias dos membros inferiores que se dilataram, esticaram e ficaram tortuosas por causa de um volume de sangue parado dentro delas. Elas costumam se apresentar em formas diversas, desde minúsculas linhas avermelhadas até tubos de grosso calibre com nódulos salientes, podendo, conforme o caso, comprometer somente a estética ou causar dores fortes, interferindo, incomodamente, na qualidade de vida do portador. São comuns, entre os portadores, queixa de inchaço no tornozelo, queimação, sensação de cansaço e peso nas pernas. Existem tratamentos adequados para cada tipo de variz, e somente um médico especialista pode dizer qual é o grau de comprometimento das veias. Também as varizes são mais comuns nas mulheres do que nos homens, e isto se deve à ação dos hormônios sexuais femininos, à gravidez e à menor massa muscular.
Os fatores de risco para o aparecimento de varizes são:
• Obesidade - O excesso de peso agrava o quadro de quem já possui varizes, pois o calibre das veias aumenta em conseqüência da elevação de peso.
• Sedentarismo - Com a inatividade, o sangue tende a parar nos membros inferiores. Exercícios aeróbios levam a musculatura a pressionar as veias e "empurrar" o sangue para cima. É preciso ter cuidado, no entanto, com exercícios musculares com carga pesada e os aeróbios de alto impacto, que podem provocar uma tensão indesejável nos vasos e levar à sua dilatação ou à formação de outras varizes.
• Tabagismo - As toxinas do cigarro interferem na circulação sanguínea.
• Predisposição genética - A hereditariedade também tem uma grande participação nas estatísticas: muitas das pessoas afetadas (cerca de 38% da população) têm parentes de gerações anteriores com o mesmo problema. Logo, quem tem antecedentes familiares deve ficar atento e tomar cuidados preventivos desde cedo.
Outras causas comuns para a dilatação dos vasos e o surgimento de varizes são a gravidez, o excesso de calor por tempo prolongado (banhos quentes demorados, sauna, sessões de bronzeamento), o estresse (adrenalina demais na circulação), o uso prolongado de anticoncepcionais, trombose venosa, constipação intestinal (intestino preso) e a permanência na posição sentada ou de pé por muitas horas consecutivas. Quando os riscos são inevitáveis, o melhor a fazer é adotar hábitos que ajudem a conter ou amenizar as varizes: praticar exercícios moderados, relaxar com os pés elevados acima da altura do coração, usar meia ou meia-calça de compressão e exercitar o bom humor.

CORPO SAUDÁVEL

A atividade física é fundamental à manutenção da boa saúde e à prevenção de diversas doenças. Hoje em dia todos querem ter um corpo saudável, o que implica algumas atitudes para atingirmos tal condição física. Fundamental à manutenção da boa saúde e à prevenção de diversas doenças, a atividade física é primordial a vida do homem moderno, podendo ser direcionada de acordo com os objetivos de cada um: perda de peso (exercícios aeróbios são a única evidência científica de deslocamento de gordura como fonte de energia), aumento da massa muscular, alívio às tensões do dia-a-dia, recuperação de traumas motores, aumento de determinado grupo muscular específico, prevenção de doenças cardio circulatórias (maior causa de morte no mundo), aumento do HDL colesterol (chamado bom colesterol; fator de proteção às coronariopatias), etc.
Sempre que possível, o exercício físico deverá ter orientação de um profissional de educação física, para que este aliado da boa saúde não se torne nocivo. A alimentação adequada é fundamental aos praticantes de atividade física, principalmente àqueles que a fazem com objetivo de competir. O aumento do gasto energético devido a presença do exercício requer uma maior oferta de alimentos e de alguns nutrientes especificamente, muitas vezes, dependendo da intensidade e objetivos, requerendo suplementação nutricional.

EXERCÍCIO FÍSICO E REDUÇÃO DE PESO

O seu peso é formado pelo somatório do peso muscular, peso ósseo e peso de gordura. Na verdade o aumento do peso, quase sempre, é aumento da quantidade de gordura, uma vez que você ofertou mais calorias do que a sua necessidade, levando o excesso de alguns nutrientes a uma maior produção de gordura que acumula nos adipócitos (células que armazenam gordura).
Não existe nada tão eficiente e saudável para queimar gordura quanto o exercício aeróbio. Neste caso, a dieta deverá ser pobre em alimentos gordurosos, pois cada grama de gordura tem 9 calorias, enquanto os de carboidratos (açúcares) têm 4 calorias. Estes últimos não devem ser completamente excluídos da dieta, como muitas vezes se vê, exceto os carboidratos simples (açúcar cristal, refinado, mascavo, mel e melado), que são de rápida absorção e estão presentes em grande quantidade em alguns alimentos e associados a outros nutrientes como gorduras (salgados e fast foods com refrigerantes, tortas, biscoitos recheados, sorvetes e outros). A exclusão de carboidratos e uma dieta de baixas calorias podem levar a perda de peso através da perda de massa muscular, um compartimento corporal que deve ser preservado.

EVITE: bolo, bombons, chocolates, doces, tortas, sorvetes, biscoitos recheados e amanteigados, frituras, maionese, creme de leite, empanados, massas folhadas, carnes gordas, côco, castanhas, amendoim, lingüiça, salame, álcool.

PREFIRA: carnes brancas, alimentos com cereais integrais, requeijão light, cereal em barra, presunto de peru, aperitivo como palmito, moelas, espeto de frango na chapa.

 ANABOLIZANTES: FALSA SENSAÇÃO DE SAÚDE

O uso de hormônios sintéticos para fins estéticos não tem respaldo científico e pode causar graves doenças. Aumento de massa muscular, diminuição de gordura, mais força e energia. Os efeitos da suplementação de hormônios anabolizantes são um apelo irresistível para homens e mulheres que sonham com um corpo perfeito e para quem deseja retardar os efeitos da passagem do tempo. Mas se em curto prazo pode haver melhora estética e na disposição de seus usuários, a médio e longo prazo o uso indiscriminado de hormônios anabolizantes sintéticos pode trazer graves problemas de saúde. Os hormônios anabolizantes são produzidos naturalmente pelo corpo e fazem a incorporação de nutrientes às células. Os principais são a insulina, o hormônio do crescimento e os derivados da testosterona. Muitas doenças podem causar deficiências na produção dos anabolizantes. Além disso, ela diminui naturalmente com a idade. Nesses casos e também no de pacientes que passam por períodos de longa enfermidade, o resultado é a perda de massa muscular, aumento da gordura abdominal, diminuição da libido e da disposição até para simples tarefas do dia a dia. Quando essa condição afeta a qualidade de vida, a suplementação de anabolizantes pode ser indicada. Trata-se, porém, de conduta exclusivamente médica, que deve ser tomada após a realização de exames clínicos e laboratoriais que comprovem a deficiência hormonal. As doses devem ser fisiológicas, suficientes apenas para reconduzir os hormônios aos níveis normais.
Existem evidências de que os hormônios anabolizantes podem provocar crescimento de tumores de fígado, intestino e pulmões; podem ser causadores de doenças como infertilidade, aumento da pressão arterial, disfunção ventricular e hipertrofia cardíaca, que pode causar à morte súbita. Alimentação saudável, boas noites de sono e a prática regular de atividades físicas ainda são considerados os melhores estimulantes para a saúde do corpo e da mente em qualquer idade. Artifícios que apontam os anabolizantes como terapia antienvelhecimento podem acabar cumprindo o que prometem de um jeito indesejável: seus usuários poderão não viver o suficiente para chegar à velhice. (Revista Veja, 30 de janeiro, 2013; Responsável Técnico: Dr. Miguel Cendoroglo Neto – CRM: 48949)
  
ESTERÓIDES ANABÓLICOS

Para se obter hipertrofia muscular, ou seja, o aumento do volume e da capacidade de força das fibras dos músculos esqueléticos é necessário seguir um treinamento baseado em exercícios musculares localizados com sobrecarga (musculação). Acontece que há praticantes de atividades físicas, atletas ou não, que não se contentam com o treinamento e utilizam um catalisador da hipertrofia que é artificial e bastante perigoso: as drogas anabolizantes. Apesar dos seus visíveis resultados iniciais, o uso dessas drogas deve ser combatido, pois os perigos que elas apresentam em médio e longo prazo são bem maiores e bem menos controláveis do que os ganhos. Os chamados anabolizantes são ingeridos ou injetados por um número crescente de jovens, a maioria interessada nos seus efeitos estéticos. Com algumas doses semanais e um treinamento regular, garotos, até então, magros exibem rapidamente corpos musculosos e modelados, acreditando, com isso, garantir aceitação e destaque no meio social. O efeito externo chega a ser impressionante. Geralmente as drogas anabolizantes provocam um grau de hipertrofia que, por razões genéticas, não seria alcançado por métodos naturais, nem mesmo com o auxílio de suplementação alimentar. Logicamente, o usuário fica deslumbrado com o resultado. Olha-se no espelho e se admira com orgulho. Mas a externa forma perfeita oculta o estrago que acontece por dentro. Como os prejuízos nem sempre se manifestam logo, costuma ser difícil convencer os novos adeptos da droga de que ela não é a maravilha que eles imaginam. O nome correto desse tipo de droga é esteróide anabólico. Trata-se de uma versão sintética (ou seja, uma imitação) de hormônios produzidos pelo organismo, ligados à função sexual masculina. A imitação tem, portanto, as mesmas funções dessas substâncias. Lembremos algo sobre elas: as glândulas sexuais e as suprarenais secretam hormônios classificados como esteróides, os quais se subdividem em estróginos, andróginos e cortizona. Dentre os esteróides andróginos (responsáveis por características e funções masculinas, mas presentes também nas mulheres, embora em menor quantidade) está o grupo dos esteróides anabólicos, que se encarregam, entre outras coisas, do aumento da massa muscular (inclusive o crescimento normal), ou seja, do anabolismo muscular. Os esteróides anabólicos interferem na síntese de proteínas. Como o organismo já produz seus próprios esteróides, e para isso já obedece ao estímulo do treinamento físico, aumentando o anabolismo das fibras musculares, o uso dos esteróides acrescenta trabalho para as células, que acabam superprovidas de proteínas. Lembre-se de que as células musculares não se multiplicam; logo só lhes resta aumentar seu tamanho. O aumento do nível de hormônios além do normal causa diversos efeitos no organismo, efeitos esses que variam de uma pessoa para outra, conforme seu material genético e sua alimentação, seus hábitos e os medicamentos que toma. O aumento da massa muscular é apenas um desses efeitos. Paralelamente à hipertrofia, ocorrem outras alterações. Se pensarmos nas funções com que estamos mexendo, não poderemos dizer que elas são inesperadas. Como os hormônios em questão são responsáveis pela identidade masculina do indivíduo, é natural que um aumento nos níveis desses hormônios acarrete, por exemplo, uma voz mais grossa e o surgimento ou desenvolvimento de pêlos espessos, inclusive nas mulheres. Outras consequências comuns do uso de esteróides andróginos são mudanças comportamentais, como impulsos para a violência decorrentes do aumento da agressividade. É deveras limitado enxergar o esteróide anabólico como um mero embelezador. Essas drogas não são produtos cosméticos! São substâncias que interferem no funcionamento do corpo e da cabeça, podendo transformar uma pessoa de forma bastante traumática. Não são raros os casos de mulheres usuárias que começaram a adquirir aparência viril, às vezes mais masculina que a de muitos homens, com direito a queixo largo e barba no queixo. Também não são casos isolados os atletas que já foram hospitalizados com sérios danos renais e hepáticos (inclusive câncer), que se somam a problemas como calvície avançada, acne severa, hipertrofia da próstata, hipertensão, tremores, retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão sanguínea, aumento do colesterol ruim e baixa no colesterol bom, dor de cabeça, entre outros. Muitos dirão que nunca apresentaram nenhum desses sintomas, e não estarão mentindo. Mas isto não os livra do perigo. Como ficou dito anteriormente, os efeitos variam bastante de uma pessoa para outra, e as consequências podem não ser imediatamente associadas à ação dos esteróides. Sem falar nos perigos das dezenas de drogas ilegais que entram no mercado por meio de comerciantes e instrutores de musculação de profissionalismo duvidoso. Outros efeitos graves do uso prolongado ou muito frequente, já relatados, incluem redução no tamanho dos testículos e no número de espermatozoides, impotência, infertilidade, desenvolvimento de mamas em homens e dificuldade ou dor para urinar. Em adolescentes, pode ocorrer maturação esquelética prematura e puberdade acelerada, com o risco de um crescimento raquítico. As drogas também podem causar dependência, se o usuário se sentir deprimido ao interromper o uso e ver seu corpo "murchar". Os principais esteróides anabolizantes são: oximetolona, metandriol, donazol, fluoximetil testosterona, mesterolona, metil testosterona. No nosso país os mais utilizados são a testosterona e nandrolona.
Os esteróides anabólicos trazem as seguintes conseqüências para o corpo:
- Aumentam a capacidade do corpo de utilizar a proteína, permitindo ao atleta treinar com maior intensidade sem perder massa muscular
- Aumentam a capacidade do corpo de desenvolver massa muscular
- Aumentam a capacidade de o corpo ganhar força
- Aumentam a capacidade de o corpo desenvolver resistência
- Atuam como antiinflamatórios, ajudando tanto a prevenir como a curar machucados.

Entretanto, esses efeitos não vão acontecer somente pelo simples fato de usá-los. Para ter um resultado satisfatório e sem problemas o uso dos anabolizantes esteróides deve ser associado a uma dieta e acompanhamento profissional, como é o caso de fisiculturistas (atletas). Realmente o uso de esteróides favorece condições necessárias para que as pessoas possam se beneficiar desse regime de treinos mais intensos, sem entrarem em overtraining. Segundo a Federação Brasileira de Musculação (2007), os efeitos do uso de esteróides comprovados cientificamente são:
- Aumentam as reservas de glicogênio muscular e também o tamanho e a resistência dos músculos
- Promovem um aumento na capacidade do organismo em incorporar proteína em grandes quantidades no músculo
- A resposta do músculo ocorre mais rapidamente quando nas situações de treinamento, alimentação e suplementação
- No sangue atuam aumentando o número de células vermelhas, o volume e a concentração de hemoglobinas
- Aumenta o metabolismo basal (aumentando a queima de calorias)
- Aumenta o tamanho do coração
- Diminui a quebra e a perda de proteína muscular causada pelo treinamento
- Aumentam a atenção e o raciocínio
- Aumentam a autoconfiança, auto-estima e a tolerância à dor, permitindo maior intensidade de treinamento
- Facilitam o fenômeno da memória muscular, tornando mais fácil o retorno em nível de condicionamento físico e de desempenho atlético
- Causam Acne
- Alargam o clitóris
- Alargam a próstata
- Alargam o pênis
- Atrofiam os testículos
- Amarelam a pele e os olhos
- Aumentam o risco coronariano
- Aumentam os níveis do colesterol ruim (LDL)
- Causam Arritmia cardíaca
- Aumentam a pressão arterial
- Causam cãibras, câncer hepático, cansaço crônico, cefaléia grave, cistos renais
- Alteram o comportamento tornando-o agressivo de forma irreversível
- Causam choque anafilático
- Provocam a calvície (sendo irreversível na mulher e reversível no homem)
- Provocam o crescimento de pêlos irreversível nas mulheres
- Causam um crescimento anormal de cabelos
- Diminuem gravemente os níveis de colesterol bom (HDL)
- Provocam dores ósseas
- Causam edemas, retenção hídrica nos tecidos
- Fazem com que as ereções masculinas sejam freqüentes e contínuas
- Causam a esterilidade de modo irreversível
- Escurecem a pele
- Deixam o hálito forte
- Causam insônia
- Provocam Náuseas e vômitos freqüentes
- Mancham a pele
- Causam danos irreversíveis ao feto de mulheres grávidas
- Deixam a pele da mulher oleosa
- Geram perda de peso
- Dificultam urinar
- Sangram o nariz
- Causam tumores hepáticos
- Causam a morte.
No comércio brasileiro, os principais medicamentos anabolizantes utilizados com fins ilícitos são: Androxon, Durateston, Deca-Durabolin, etc. Alguns usuários chegam a utilizar produtos veterinários à base de esteróides.
O uso indiscriminado dos esteróides trará perigo para a saúde de acordo com os seguintes itens abaixo:
- A forma em que eles são tomados (oral x injetável)
- Que dosagens são usadas
- Por quanto tempo eles são usados
- A idade, o sexo e o estado de saúde do usuário.

É possível obter um corpo muito bom sem o uso de esteróides anabolizantes. Nos Estados Unidos existem diversas associações que se dedicam a promover competições e incentivar as pessoas a obterem um bom físico sem o uso de esteróides.